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A história do
petróleo no Brasil
A história do petróleo no Brasil
divide-se em três períodos: Pré-Petrobrás,
Monopólio e Pós-Monopólio.
-O Período pré-petrobras - descobertas
na Bahia:
Durante a década de 30, a questão
da nacionalização dos recursos do subsolo entrou
na pauta das discussões indicando uma tendência que
viria a ser adotada. Em 1938, toda a atividade petrolífera
passou, por lei, a ser obrigatoriamente realizada por brasileiros.
Ainda nesse ano, em 29 de abril de 1938, foi criado o Conselho Nacional do
Petróleo (CNP), para avaliar os pedidos de pesquisa e lavra de jazidas
de petróleo.
O decreto que instituiu o CNP também declarou de utilidade pública
o abastecimento nacional de petróleo e regulou as atividades de importação,
exportação, transporte, distribuição e comércio
de petróleo e derivados e o funcionamento da indústria do refino.
Mesmo ainda não localizadas, as jazidas passaram a ser consideradas
como patrimônio da União. A criação do CNP marca
o início de uma nova fase da história do petróleo no Brasil.
Outro acontecimento marcante deste período
foi o descobrimento de petróleo em Lobato, na Bahia, em
1939, realizado pelos pioneiros Oscar Cordeiro e Manoel Inácio
Bastos, sob jurisdição do recém-criado Conselho
Nacional do Petróleo.
A perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, foi iniciada
em 29 de julho do ano anterior. Somente no dia 21 de janeiro de 1939 o petróleo
veio à tona.
Mesmo sendo considerada subcomercial, a descoberta
incentivou novas pesquisas do CNP na região do Recôncavo
Baiano.
Em 1941, um dos poços perfurados deu origem ao campo de Candeias, o
primeiro a produzir petróleo no Brasil. As descobertas prosseguiram
na Bahia, enquanto o CNP estendia seus trabalhos a outros estados. A indústria
nacional do petróleo dava seus primeiros passos.
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O monopólio - a Petrobrás:
Após as descobertas na Bahia, as perfurações
prosseguiam em razoável escala, e surgiram opiniões
sobre a melhor política a ser adotada pelo Brasil em relação à exploração
do petróleo se radicalizavam no final da década de
40: havia grupos que defendiam o regime do monopólio estatal,
enquanto outros eram favoráveis à participação
da iniciativa privada.
Após intensa campanha de mobilização popular, a opção
pelo monopólio foi consolidada no texto da lei 2004, de 3 de outubro
de 1953. A pesquisa, lavra, refino e transporte do petróleo e derivados
passaram a ser atribuições estatais, desempenhadas pela Petróleo
Brasileiro S.A., Petrobrás, empresa criada através do mesmo decreto.
Na época da criação da Petrobrás, a produção
nacional não atingia 1,6% do consumo interno. A companhia intensificou
a exploração e trabalhou na formação e especialização
de seu corpo técnico. A empresa conseguiu implementar um aumento constante
das reservas.
Outra decisão da Petrobrás, nessa época, foi ampliar o
setor de refino existente, com o objetivo de reduzir os custos de importação
dos derivados de petróleo. Havia, no Brasil, uma refinaria em operação,
outra em construção e cinco de propriedade particulares.
O parque operacional montado passou a contar com onze refinarias, número
ampliado posteriormente com a aquisição de unidades no exterior.
Das unidades particulares, duas permaneceram em funcionamento até hoje.
Um marco na história da Petrobrás
foi a decisão de explorar petróleo no mar. Em 1968,
a companhia iniciou as atividades de prospecção offshore.
No ano seguinte, era descoberto o campo de Guaricema, em Sergipe.
Entretanto, foi em Campos, no litoral fluminense, que a Petrobrás encontrou
a bacia que se tornou a maior produtora de petróleo do país.
O campo inicial foi o de Garoupa, em 1974, seguido pelos campos gigantes de
Marlim, Albacora, Barracuda e Roncador.
Dos poços iniciais às verdadeiras ilhas de aço que procuram
petróleo no fundo do mar, a Petrobrás desenvolveu tecnologia
de exploração em águas profundas e ultraprofundas - O
Brasil está entre os poucos países que dominam todo o ciclo de
perfuração submarina em campos situados a mais de dois mil metros
de profundidade.
No Brasil, cerca de 85% das reservas estão
localizadas na bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro. As
bacias sedimentares brasileiras são de três tipos:
Interiores: muito extensas e pouco espessas (profundas). Apresentam, hoje,
baixa produção de petróleo. Exemplos: Solimões,
Amazonas, Paraná e Parnaíba.
Rift: estreitas, alongadas, profundas e apresentam produção média
de petróleo. Exemplos: Tucano, Recôncavo, Alagoas e Marajó.
Marginais: de extensão e profundidades variáveis. São
grandes produtoras de petróleo. Exemplos: Campos, Santos, Sergipe e
Espírito Santo.
O Brasil possui 64 milhões de km² de terrenos sedimentares, 35
bacias sedimentares, sendo que mais de 90% delas ainda subexploradas.
Nos estados do Maranhão e do Pará, apesar de possuírem
bacias sedimentares e terem passado por vários processos exploratórios,
a presença de petróleo é pouca ou nenhuma.
- O
período Pós Monopólio
- o fim do monopólio estatal:
A Lei do Petróleo, de 1997, terminou
com o monopólio estatal no setor petrolífero do Brasil.
Agora qualquer empresa pode explorar e distribuir o petróleo
no Brasil. Inicia-se aí uma nova fase na indústria
petrolífera brasileira. Entre as mudanças está a
criação da Agência Nacional do Petróleo
(ANP), que substituiu a Petrobrás nas responsabilidades
de ser o órgão executor do gerenciamento do petróleo
no país, e na nova tentativa de internacionalização
do petróleo no Brasil. Esta Lei permitiu a formação
de parcerias com empresas interessadas em participar do processo
de abertura do setor, numa tentativa de trazer novos investimentos
para o país.
Entre as mais de 20 bacias petrolíferas
conhecidas no país, a produção ultrapassa
1,5 milhão de barris ao dia. Atualmente, a Petrobrás
detém o recorde mundial de perfuração exploratória
no mar, com um poço em lâmina d'água de 2.777
metros. Ela exporta a tecnologia de exploração nesses
ambientes para vários países.
Em 2006 o Brasil atinge a auto-suficiência
em petróleo, ou seja, produz agora a mesma quantidade de
petróleo que consome. |